familia

familia

sábado, 10 de junho de 2017

Superação

Como muitos sabem, esse blog tem toda a minha trajetória antes da EEAR, exames e após a minha formação.
Então puderam ver as dificuldades que sofri com os exercícios e cada comemoração minha a cada conquista.
Sempre tive dificuldade com corrida e flexão.
Lembro que ao começar meu treino para o teste físico da EEAR, eu chorei. Não aguentei correr 800m. Chorava feito criança. Meu marido, namorado na época, sempre me apoiava e me incentivava a continuar e não desistir. Que com treino, a conquista nos 12min, viria.
Na escola, eu acabei criando gosto para corrida. Metros rasos. Eu competia no revezamento 4x400m e nos 100m , conseguindo o ouro no revezamento e fui para a final dos 100m, porém fiquei em quarto ou quinto rs.
Após a escola, casei, engravidei, engordei, engordei mais um pouco, Pedro nasceu, e lá estava eu , me vendo na briga com a balança como no inicio dessa minha jornada (lembram que cai no recurso da inspeção de saúde por causa do meu peso?pois é.). Descobri a gravidez com 77,4kg (já havia engordado 5,4kg) e o Pedro nasceu e eu pesava 94kg no dia do parto. Depois do nascimento, empaquei nos 80kg e oscilava ate 78kg e depois voltava para os 80kg. Era um efeito sanfona terrível.
Totalmente desmotivada por nunca ter corrida uma corrida de rua, era meu sonho, eu não conseguia voltar a correr, pois estava uns 8kg acima do normal e isso faz muita diferença. Estava muito pesada.
Durante minha lista de final de ano sobre metas a cumprir no ano que vem, além de perder x kg , fazer faculdade, etc.. tinha: correr uma corrida de rua! No final de dezembro , inicio de janeiro, abriram as inscrições para a Meia Maratona Internacional de Belo Horizonte. A corrida ocorreria dia 04.06.17. Meu marido já falou para eu me inscrever, mas eu não tava correndo nada, então não estava confiante. Ele, porém, falou para eu me inscrever, senão eu desistiria na hora H. Então, fui lá e me inscrevi para a MMIBH.
Comecei meus treinos no dia 09 de janeiro de 2017, seguindo o aplicativo Nike Run. Após meses treinando, me superando, comendo melhor... (descobri que tenho sensibilidade ao gluten, então cortei todas as farinhas. Glúten me provoca enxaqueca e vômito. ) Eu fui melhorando cada vez mais. Na quarta-feira que antecedia a corrida , que ocorreria no domingo, meu marido descobriu que estava de serviço e ninguém podia tirar pra ele. Ele se ofereceu para tirar no feriado, tirar duas vermelhas, duas pretas, o que fosse. Ele não queria que eu deixasse de correr, pois não teria quem olhasse o Pedro e eu não queria deixar com a babá. Queria que eles estivessem ali, na linha de chegada. Eles sempre estiveram ao meu lado ao longo dessa jornada, e eu não conseguiria sem eles. O maior longão que eu havia feito era de 19,5km e acabei na merda, muito cansada. Então eu precisava deles ali, para me motivarem. Na quinta-feira, um cara trocou com meu marido e tudo deu certo.
No domingo, acordei 4h30 e não conseguia voltar a dormir, a expectativa era imeeeensa!! 
Chegando no local da largada, pude ver a energia das pessoas, a alegria de todos às 7h em pé , somente para correr. Eu estava radiante de alegria.
Aproximando a hora da largada, fui para meu pelotão (mais lentos que 5min/km) e esperei a largada. 7h30 - 7h40, lá eu estava olhando para meu marido e meu filho e sai correndo.
O percurso foi a lagoa da Pampulha , passando por dentro do Zoológico. 
Nos 5km, já estava cansada, eu estava esperando aquela sensação de superação, porém eu já havia corrido essa km, e estava bem. Todos estavam correndo bem. Cada km que passava, eu curtia o momento de estar correndo a minha PRIMEIRA CORRIDA DE RUA! E ainda uma MEIA MARATONA! Chegando no km 6, entramos no Zoológico, era uma subida bem longa, mas fui firme e forte , olhando para baixo para não me deixar impressionar com a inclinação da subida. Eu só pensava: "-Não quebra o ritmo! Não quebra! Não quebra! Aguenta firme! Não deixa o ritmo quebrar!" E assim cheguei na curva que sinalizava o inicio na descida. Fui descendo tranquilamente, quando percebo que havia mais uma subida. E novamente pensava: "Não quebra! Não quebra!". Meu maior medo, era me empolgar e puxar no pace, quebrando numa subida ou no final da corrida. Deixando tudo a perder. Então , eu focava muito nisso. Não quebrar a velocidade e não puxar muito. Quem me passava, passava. Eu não forçava. Acabou o Zoológico, e lá estava a lagoa novamente. Os km foram passando, até que vi o km 15. Pensei: "Agora o bicho vai pegar. Daqui a pouco vou começar a sentir o cansaço". Passou o km 16, 17, 18.. e a alegria foi me tomando. Eu estava acabando minha primeira meia maratona e sem parar para caminhar em nenhum momento. Essa era a minha meta. Diminuir, mas não parar. Eu ia correr até o final. Ao avistar o km 19, meu coração acelerou. Meu recorde era 19,5km e eu havia acabado muito cansada. Eu estava sentindo dores nas pernas e muito cansaço, mas não havia diminuido muito meu pace. Eu estava monitorando desde o inicio. Até que vi a placa 20km. Não aguentei. Minha garganta deu um nó. Eu queria chorar, mas não tinha lagrima, acho que eu havia suado todo liquido do meu corpo rs. Lembrei exatamente da cena em que eu chorava por não aguentar os 800m. Meu corpo inteiro se arrepiou. Eu estava lá, diante da placa de 20km. Estava bem, eu havia conseguido. Só faltava 1km e eu realizaria meu sonho. Parece que esse último km, durou uns 5 rs meu pace havia diminuido. Eu estava cansada e abalada emocionalmente. Eu não podia pensar muito na minha superação, pq eu começava a chorar e a garganta dava um nó . Vi meu marido e meu filho próximos à chegada. Voltei a chorar. Comecei a acelerar. Um cara que tava num pace próximo do meu, estava correndo próximo a mim por varios km. Nesse último eu dei um tiro e só o ouvi gritando: ACELERA! Sai correndo. Nem acreditava que eu tinha pernas e folego para dar o sprint final. Cheguei. Minhas pernas estavam mole. Eu não sabia se chorava ou se respirava. Eu havia conseguido. Corri como nunca havia corrido. Mais uma vez, minha maior dificuldade, se transformou na minha maior qualidade. Abracei meus amores e só agradeci pela oportunidade de correr. 
Minhas metas para essa corrida, eram:
- Correr os 21km, não parar para caminhar.
- Correr a primeira corrida de rua.
- Fazer em menos de 2h30min.

O tempo, tomei como base o pace dos treinos e considerei que a velocidade iria cair, pois eu ainda não havia corrido por 21km. Final das contas: meu pace médio de 6'30 de longão, caiu para 5'50'' na Meia Maratona. Fechei a corrida em 2h03min49s.
Esse post, não tem muito a ver com a EEAR, mas serve para mostrar que a gente consegue sim! Não importa o que seja. Basta tem dedicação e muito esforço. Eu chorei de alegria, quando consegui correr 12min para o TACF. Hoje, posso dizer que sou uma meia-maratonista! Nada é impossível.
Pode não conseguir agora, mas é só persistir que a vitória a de vir.



Ah.. lembram que eu disse que tava com 80kg? Hoje, meu peso oscila entre 69 e 70kg. A corrida me ajudou demais.Agora, meu novo objetivo é fazer uma meia maratona abaixo de 2h , porém , para isso, irei correr com o marido mais duas corridas: 5km e 10km. Ele acabou sendo picado pelo bichinho da corrida, no dia que me viu correr. 
Quem sabe não viramos um casal de corredores? rs
Bom, Beijos para os que ficam!
Não desistam dos seus objetivos. Nossa dedicação é muito maior que qualquer impossibilidade que imaginamos ter.

15 comentários:

  1. oLÁ, um dia tentará ir para a CIAAR na Pampulha -BH cursar a oficial ou chega de internato na vida rs ?

    Pedro Abrantes

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Oiii.
      Pedro, chega de internato para mim kkkkk
      Achei muito dois anos, mais dois anos seria terrível.
      Não tenho pretensão ao oficialato, mas o futuro à Deus pertence. Agora, sendo casada e com filho, não consigo me ver passando por tudo aquilo de novo,Mas como ainda tenho uns 4 anos e meio para começar a prestar o concurso, ainda posso mudar de ideia rs
      Bom fds pra vc..

      Excluir
  2. Cecy, quem faz EAGS de um ano tem a mesma dificuldades na formação dentro curso de quem faz CFS de dois anos (estudos, privações, exercícios físicos) e depois de formados o plano de carreira é o mesmo também para ambos ???

    bjos

    Carolina S. Silva

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. É bem relativo.
      Quem faz EAGS não tira os diversos serviços que o pessoal do CFS tira.
      Toda parte militar de estatuto , o EAGS tem que aprender em um ano, enquanto o CFS são dois anos, então tem menos matérias por vez durante as provas de regulamente militar.
      Exercício físico é a mesma coisa, assim como o acampamento e privações sobre poder sair da escola.
      O plano de carreira é o mesmo, porém não sei dizer sobre o oficialato, mas até chegar a Suboficial é a mesma coisa.
      Acho que a grande desvantagem de EAGS é ter muita matéria pra estudar em pouco tempo, dependendo da especialidade é que tem pouca experiência na parte militar quando se forma, mas depois isso não fará diferença...

      Excluir
  3. "Exercício físico é a mesma coisa, assim como o acampamento e privações sobre poder sair da escola"

    "Acho que a grande desvantagem de EAGS é ter muita matéria pra estudar em pouco tempo"



    Então AFA em 4 anos se torna menos puxado que os cursos de oficiais da Saúde e de Engenheiros da Aeronáutica (EAEAOEAR) que duram 17 e 18 semanas lá no CIAAR

    Roberto Santos

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Não acredito que seja assim, em relação a AFA e ao CIAAR por serem escolas completamente diferentes.
      O EAGS e o CFS da EEAR eu consigo dizer por ter convivido na escola.
      Como não conheço a AFA e não tenho experiência de ter estudado lá ou feito concurso pra oficial engenheiro, não posso dizer que a premissa seja a mesma.
      O CFS é puxado em relação a muita coisa. BMA , BCT estudam demais os dois anos que passam na escola. O fato de ficarem mais tempo, não torna o curso mais fácil. Acho que tudo depende do ponto de vista.

      Excluir
  4. APÓS FORMADA, A VIDA MILITAR MUDA, É BEM MELHOR QUE DA ÉPOCA EM QUE ERA ALUNA ?

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Mil vezes melhor. Rs.
      Você tem mais responsabilidades, mas tbm tem mais liberdade para tomar suas decisões.

      Excluir
  5. Elas são classificadas, quanto mais remota menos tempo vc precisa ficar
    Em cidades grandes como RJ, SP, Brasília... vc pode ficar até 6 ou 7 anos pra sair transferido por necessidade de serviço (com indenização); por interesse particular (sem receber nada) depois de 2 anos.

    Mas é muito bom conhecer lugares novos. Eu não pretendo sair mais de SP.

    A maioria consegue um dia voltar pra onde quer, mas o militar não pode se apegar muito nisso, pois há casos em que consegue voltar e depois é obrigado a ir pra outro lugar. O interesse da Força vem em primeiro lugar.

    Isso é bizu dica ou foi é pressão caô hahahaha ?


    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Hahaha é mais um aviso. Rs
      Tem gente que se apega demais e não vive na cidade que está servindo. Acho que isso acaba travando a vida da pessoa.
      Essa profissão não dá muita certeza sobre o futuro.. eu, pelo menos, me sinto assim.

      Excluir
  6. Ela saiu toda
    rs rs rs

    http://cehassis.blogspot.com.br/2011/10/remocao-da-tatuagem.html

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Parei de tirar kkkkk
      Assim que fui aprovada, parei com a remoção rs
      Na verdade, estou querendo refazer, já que não tem mais problema rs

      Excluir
  7. Militar pode ser Rockeiro ? Militar pode estudar Direito ?

    ResponderExcluir
  8. Tá peso é x
    mas a altura é quanto rs ?

    só assim dá para saber se te gordinha rs

    ResponderExcluir
  9. Oi, cecilia!
    Conheci seu blog recentemente pois pretendo prestar concurso pra EEAR e gostaria que você me esclarecese algumas coisas.
    Sei que você é de BEI, então queria saber se o curso é muito puxado, se os oficiais são muito duros com os praças, etc. Estou em dúvida entre essa especialidade e BFT e SBO, sabe algo sobre elas? Em todas as especialidades você pode fazer o Parasar e aprendem a atirar?

    ResponderExcluir

Obrigada por deixar seu recado por aqui... Tenha um excelente dia!